Resenha Gaúcha (gaucha) - Yaguatirica

 A canção uruguaia, faz a comparação de um gaúcho nômade, com uma jaguatirica, um felino de médio porte com pelagem amarelo rosetada, semelhante a uma onça, falando de liberdade.

YAGUATIRICA - Carlos E. de Melo

ESTROFE

INTERPRETAÇÃO


01

 

Yaguatirica, gato del monte,

cuál fue la gata que te alumbró

con ese cuero tan amarillo

con manchas negras cual benteveo.

Jaguatirica, gato do monte

Qual foi a gata que o pariu

Com esse couro tão amarelo

Com manchas negras como o bem-te-vi.


02

Yaguatirica, gato fasero,

ojo grelado de boitatá,

allá en el monte voy y te espero

para hacer junta de caiporá.

Jaguatirica gato faceiro

Olhos saltados de boitatá

Lá no monte vou te esperar

Para uma reunião de caiporás

03

La otra noche estuve de baile

en una escuela allá en los Moirón,

y yo era un gallo arrastrando el ala

a una gurisa de Yaguarón.

Outra noite estive num baile

Em uma escola na região dos mourões

E era eu um galo arrastando a asa,

à uma guria de Jaguarão

04

Pegué mi zaino al clarear el día

y allá en el tronco de un cinamón

dejé mi nombre y el nombre de ella

grabado a punta de mi facón.

Peguei meu zaino ao clarear do dia

E ali no tronco de uma caneleira

Deixei meu nome e o nome dela

Gravado com a ponta do meu facão

05

Le metí un plomo a un macurero

allá en las costas del Abrojal

y al otro día estaba cuereando

una ariraña en Caraguatá.

Dei um tiro em um capincho

Lá nas margens do Abrojal

E no outro dia estava coureando

Uma ariranha em Caraguatá

06

En ningún sitio caliento el banco

soy parecido al marandubá.

¡Cómo quisiera tener dos alas

y por el aire poder volar!

Nunca esquento banco em lugar nenhum

Sou semelhante a um marandubá

Como eu queria ter duas asas

E pelo ar, poder voar

07

Yaguatirica, gato del monte,

cuál fue la gata que te alumbró

con ese cuero tan amarillo

con manchas negras cual benteveo.

 

          

              Idem à estrofe nº 1 

08

No tengo asiento ni paradero

desde que yo abandoné un Jazmín,

porque soy gaucho, yaguatirica,

y no plantita, ya, del jardín.

Não tenho acento ou paradouro

Desde quando abandonei um jasmim

Pois sou gaúcho jaguatirica

E não mais uma plantinha no Jardim

 

Glossário

Fasero: do português faceiro, espevitado (gíria), petulante.

Ojo grelado: diz-se uma corruptela do portugês (pouco clara) olho isgrelado, olho grande, penetrante.

Boitatá: do guaraní, fogo fatuo, luz má.

Caiporá: Sem tradução literal do guarani, andarilho

Ariraña: ariranha, mamífero que vive em rios, semelhante a uma lontra

Macurero: capincho grande, capivara

Marandubá: diz-se o nome de um pássaro, por ora pouco claro

                                                        Fonte da imagem: ChatGPT


Ouça abaixo através do YouTube duas versões da canção, uma gravação  de 1979 de Alfredo Zitarrosa, e um clipe publicado e estrelado pela cantora no dia 29 de abril de 2025, lindas versões no contexto de seu tempo.


                                                 Alfredo Zitarrosa: 1979 (primeira gravação   
                                                          Veja diretamente no YouTube                               


Catherine Vergnes, 29 de abril de 2025

A versão de Catherine Vergnes, tem uma ligeira adaptação da letra para um contexto mais atual.


Fonte da letra e glossário: https://www.letras.mus.br/alfredo-zitarrosa/966632/

Edição e tradução: Rodrigo Leal, tradução feita com auxílio do google translate e possivelmente outros tradutores.      


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